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22 março 2017

Resenha - A Máquina de Fazer Espanhóis

Título: A Máquina de Fazer Espanhóis
Autor (a): Valter Hugo Mãe
Editora: Globo - selo Biblioteca Azul
Sinopse: A nova edição de a máquina fazer espanhóis apresenta novo projeto gráfico e prefácio de Caetano Veloso. No quarto romance do autor, António Jorge da Silva, barbeiro de 84 anos, é levado pela filha a viver em um asilo depois da morte de sua esposa. O que parece ser uma tragédia vai, no entanto, dando lugar à subjetividade do personagem, levando o leitor a verdades cortantes e arrebatadoras sobre o amor, a velhice, a política, o passado vivido durante o período militar imposto por Salazar e a própria literatura. É na fruição do contato com o outro, no caso de Silva, com os funcionários e pacientes do asilo, que acontece a possibilidade de redenção, tornando possível criar-se novas maneiras de viver.
A primeira coisa linda a ser citada sobre esse livro, mais especificamente nessa edição, é o prefácio do Caetano Veloso presente nela. O artista faz um crítica enfática ao golpe político ocorrido no país, no meio de tanto lirismo ao falar sobre a obra de Valter Hugo Mãe.
A narrativa conta a história de um senhor idoso que acaba de perder sua querida esposa e por conta disso sua família o leva para residir num asilo. A revolta do senhor Silva, como é chamado no livro, é grande. Não apenas pelas condições em que se encontra ao residir em um lugar desconhecido com pessoas também desconhecidas, mas principalmente pela morte de sua esposa. O vazio existencial é presente na vida dele e a narrativa se torna densa por conta de suas introspecções e pensamentos quanto à morte, à vida, ao seu passado e ao seu presente.
Eu presenciei, a partir de minha leitura pessoal, uma visão extremamente pessimista da personagem do senhor Antônio Jorge da Silva. Mas ao mesmo tempo me identifiquei muito com aquilo que ele narrava. Foi uma leitura contraditória, pois foi como encontrar o pior de mim naqueles pensamentos de um senhor de 84 anos, completamente desesperançado de viver momentos realmente felizes na condição que estava. A identificação foi um choque por eu não ter ideia do quanto meus pensamentos sobre o futuro são temerosos e tristes.
A escrita de Valter Hugo Mãe é primorosa. Novamente sua linguagem intimista e poética nos instiga na narrativa. Não é à toa todos os elogios de Caetano Veloso em seu brilhante prefácio. A edição novamente também está maravilhosa.

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4 comentários:

  1. Jen!!!
    Li Victor Hugo HAHAH
    Jen, acho que eu tenho pensamentos temerosos sobre o futuro tambem!!!! Eu evito mas toda hora estou pensando nele porque o tempo VOA

    Muito divertida essa série, né? <3
    assiste sim e depois me conta se ainda ama como antes _ aposto que sim!!! <#
    beijocas
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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  2. Confesso que nunca tinha ouvido falar desse livro, mas parece o tipo de livro que me identificaria demais, principalmente porque me enxergo como alguém completamente desanimada com as perspectivas do futuro.
    Espero ter a oportunidade de lê-lo!

    Beijos!
    www.jadeamorim.com.br

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  3. Fiquei interessada em ler depois dessa resenha, apesar de eu nunca ter ouvido falar do livro antes.
    Temo ser uma idosa pessimista e será pertubador me identificar com alguém assim sendo uma jovem de menos de vinte anos.
    lua-de-carmim.blogspot.com

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  4. Oi Jeni,
    Tive que comentar aqui também porque fiquei curiosa sobre essa sua leitura. Achei bem legal a premissa, nos faz refletir sob os pensamentos do protagonista e a situação. Espero que seja uma ótima experiência quando eu conhecer a escrita do autor.

    tenha uma ótima sexta.
    Nana - Obsession Valley

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