Título original: Mrs. DallowayAutor (a): Virginia WoolfEditora: AutênticaSinopse: No momento em que entra em domínio público a obra de Virginia Woolf (1882-1941), a Autêntica Editora orgulha-se em oferecer ao público brasileiro uma nova tradução de um de seus mais importantes romances, Mrs Dalloway, apresentada numa edição muito especial.Para começar, a Mrs Dalloway da Autêntica vem em dose dupla: dois volumes acondicionados num belíssimo estojo. Um dos volumes é o romance propriamente dito. O outro é uma espécie de livro de anotações ou de apontamentos a que demos o título O diário de Mrs Dalloway. Com desenhos de Mayra Martins Redin e frases selecionadas de Virginia Woolf sobre a leitura e a escrita, entre outros temas, o volume funciona como uma agenda muito especial, com quatro tipos de páginas para anotações: pautadas, quadriculadas, divididas em quadrantes e inteiramente brancas.
Mrs. Dalloway foi o primeiro livro de Virginia Woolf que li. De uma subjetividade tamanha, não estranhei a leitura apenas por já estar acostumada à de Clarice Lispector, esta que escreveu obras de extrema subjetividade.
A trama é simples. Trata da saída de Clarissa Dalloway para comprar flores a sua festa que ocorrerá à noite daquele mesmo dia e ao atravessar uma praça, perpassa por outras personagens da história, como uma autoridade em um carro e Septimus, ex-combatente de guerra e sua esposa, Rezia. De volta a casa, Clarissa recebe de visita seu ex-namorado, Peter Walsh, que sempre a deixa refletir sobre as atitudes que tomou ao longo dos anos, como casar com Richard Dalloway e dedicar-se apenas a festas em sua casa. A narrativa circula entre Clarissa, Richard, Peter e até a filha dos Dalloway, Elizabeth e sua professora de História, Srta. Kilman, uma senhora pobre, religiosa e devota à sua solidão.
Os pensamentos das personagens, seus sentimentos e lembranças se confundem com o tempo cronológico da obra, o qual difere do tempo das mentes nos indivíduos, entre cenas que dividem o livro. As loucuras trazidas na voz de Septimus parece serem as mesmas sofridas em vida por Virginia e sua trajetória na trama é a que mais comove durante a leitura.
A crítica à alta sociedade inglesa também é presente e evidente na voz de Peter, nos pensamentos e atitudes de Clarissa e da Srta. Kilman. A história de cada personagem se entrelaça ao final do dia, na festa realizada na casa dos Dalloway, em que Sally Seton também aparece, outra antiga paixão de Clarissa. A cena final e magistral é confusa, imagética com a ida e vinda dos convidados de Clarissa e as conversas entre eles nos confundem, como o ir e vir de pessoas em um ambiente festivo.
Por fim, Mrs. Dalloway não é uma obra para deleitar-se rapidamente, pelo contrário, foi preciso uma longa pausa para retornar à leitura, por sua natureza densamente subjetiva na voz dos personagens de Virginia e nas cenas dramáticas descritas, tratando sobre vida e morte, sanidade e insanidade, como a própria escritora indicou escrever. Porém, trata-se de uma obra-prima, sem dúvida.
Ao final desta edição temos uma apresentação ao livro escrita pela própria autora, outra escrita por Tomaz Tadeu e uma breve explicação sobre Mrs. Dalloway pelo mesmo autor, o que pode esclarecer muito sobre a escrita de Virginia e suas obras.
Oie Jeniffer =)
ResponderExcluirVou confessar que nunca li nada da Virginia Woolf e admito que a sua comparação entre ela e a Clarice Lispector me deixou um pouco desanimada.
Tipo tenho uma relação de amor em ódio bom a Lispector... tem coisas que ela escreveu que realmente gosto, outras nem tanto. Mas, entendo com são esse tipo de livro que para aproveitarmos a leitura como todo temos que ler em doses "homeopáticas".
Beijos;***
Ane Reis | Blog My Dear Library.
Oi Jen,
ResponderExcluirEu li um pedaço desse livro ano passado. Até comentei com uma amiga que achei a narrativa meio engraçada. Ela pensa demais, acabei me identificando nessa parte hahaha
Espero voltar a ler em breve. Amei sua resenha.
tenha um ótimo final de semana =D
Nana - Obsession Valley