Destaques

19 junho 2016

Pequenas neuroses diárias

É sempre difícil saber quando estou certa ou quando estou errada, ou quando apenas estou sendo afetada por sentimentos ruins e neuroses desnecessárias. Cresci com a ideia de que atos são mais significativos que palavras e sendo alguém detalhista, os pequenos atos, ou a falta deles, irão sempre me incomodar. Tentei, por um bom tempo, uma nova linha de pensamento, em que a ideia principal seria não se deixar afetar por pequenos gestos ou poucas palavras, e venho falhando desde então. No fundo, sempre irá ter aquela pedrinha no sapato machucando algum sentimento meu, seja ele orgulho ou afeto. Qual solução deveria tomar então, já que o mundo não é perfeito e praticamente tudo que há nele não irá ser do meu jeito, como eu planejo ou idealizo que seja?! Bem, eu decido deixar de lado tudo o que for preocupação exagerada (ainda sei discernir das que realmente importam) e assim vou tentando viver da melhor maneira possível, sem neuroses, sem ansiedade e com autocontrole. Ou pelo menos é isso que tento pensar em todo o momento que me decepciono com alguma besteira que alguém tenha feito/falado e que tenha me magoado.

09 junho 2016

Resenha - A Abadia de Northanger

Título: A Abadia de Northanger
Original: Nortangher Abbey
Autor (a): Jane Austen
Editora: Martin Claret
Sinopse: Escrito ainda na juventude de Jane Austen e publicado postumamente, em 1818, 'A Abadia de Northanger' é, sem dúvida, um dos romances mais elaborados da época – uma comédia satírica que aborda questões humanas de maneira sutil, tendo como pano de fundo a cidade de Bath. O enredo gira em torno de Catherine Morland, que deixa a tranquila e, por vezes, tediosa vida na zona rural da Inglaterra para passar uma temporada na agitada e sofisticada Bath do final do século XVIII. Catherine é uma jovem ingênua, cheia de energia e leitora voraz de romances góticos. O livro faz uma espécie de paródia a esses romances, especialmente os escritos por Ann Radcliffe. Jane Austen faz um eloquente contraste entre realidade e imaginação, entre uma vida pacata e as situações sinistras e excitantes que os personagens de um romance podem viver.
Retornar a um romance da Jane Austen sempre é um ato prazeroso. Entre suspiros e sorrisos durante a leitura, pude apreciar, mais uma vez, a escrita tão doce, singela e única dessa autora que tanto admiro. O livro já estava empacado na estante há um bom tempo, mas graças à uma nova disciplina na graduação pude ter a chance de lê-lo e comprovar mais uma vez minha paixão pelos romances da Jane Austen.

A narrativa irá retratar a vida da heroína Catherine Morland, uma moça que nasce em uma família grande e um tanto humilde, com pessoas simples e sinceras em seus gostos, mas que não vivenciam grandes acontecimentos, coisa que uma mocinha de quinze anos apaixonada por novelas e romances de aventura gostaria de presenciar. Assim, sem grandes perspectivas sobre uma vida cheia de emoções e paixões, a srta. Morland é convidada pelos vizinhos, sr. e sra. Allen para ir até Bath, uma cidade um pouco mais movimentada que a zona rural onde a mocinha morava. Ao entrar em contato com o novo lugar, novas pessoas e novos hábitos, Catherine se apaixona cada vez mais por essa vida, mesmo continuando simples e muito ingênua, a nova rotina e os novos amigos que faz por lá, a incitam em 'romancear' os vários momentos que vivencia.

Novamente vejo uma obra carregada de sátira e ironia para com a sociedade do século XVIII que Jane retrata em seus romances. Neste, em particular, a autora aborda, por meio de uma figura ingênua, simples e leitora de ficção (elemento importante em sua personalidade), o retrato de algumas figuras completamente identificáveis até os dias atuais em nossa sociedade. Os pensamentos de Catherine descritos por um narrador sincero e perspicaz, nos aproxima da narrativa como se estivéssemos assistindo as cenas de perto, rindo junto com as tiradas feitas pelo narrador, nos instigando por meio dos questionamentos que circundam a personagem, esta ignorante de alguns fatos que se relacionam à ela. Temos aqui uma narrativa amena e simples, mas para quem ama um romance de séculos passados e leveza no enredo, irá satisfazer-se rapidamente com o caminhar da trama.

Por fim, o par romântico não chega a ter enfoque como o casal de Orgulho e Preconceito e arrisco dizer que os mesmos não tem grande presença na narrativa, tendo em sua elaboração cenas bem delicadas e simples, ficando para o final uma presença maior do amor entre os dois. Nossa heroína é a que chama mais atenção e o que lhe ocorre em sua estadia em Bath e na Abadia nos chama atrai mais do que o amor que nutre por mr. Tilney; porém não deixa de arrancar suspiros as cenas em que esse amor é citado, não decepcionando novamente uma leitora que ama ler sobre amores correspondidos (vulgo, eu mesma).

Sobre a edição, a editora está renovando há um tempinho suas publicações e me parece que está dando certo; pelo que soube de fontes confiáveis, a tradução dessa coleção da Martin Claret é a melhor presente no mercado até o momento e realmente não decepciona. Recomendo mais uma vez a leitura de Jane Austen, como grande romancista que foi e que continua sendo até os presentes dias.

06 junho 2016

Do que sinto falta


Não é à toa que eu voltei. Nunca vai ser à toa quando eu volto atrás em alguma decisão. Eu sempre pretendi ser alguém que fosse boa em algo e não me sentia dessa forma há um bom tempo. Talvez por isso eu tenha deixado de lado esse espaço por um tempo. Eu queria ser (muito) boa no que eu faço e acho até que já fui uma boa blogueira um tempo atrás. Mas os tempos mudam, as novidades chegam e os interesses se modificam. Esse espaço se tornou obsoleto para muitos e talvez por isso eu o tenha deixado de lado. Talvez por isso e por muitas outras coisas que já escrevi diversas vezes aqui. O que me torna importante na vida de alguém à ponto dessa pessoa tomar um tempo do seu dia para ler o que eu escrevo, ver o que eu posto, opinar sobre o que publico? São pensamentos que sempre me circundam ao tornar público qualquer tipo de texto em alguma rede social que eu use. Eu mesma não visito mais blogs conhecidos, nem procuro novos para o meu entretenimento. Por que alguém faria o mesmo com o meu? Por que eu deveria continuar insistindo em algo obsoleto, entregue às moscas pela própria proprietária do espaço? O que me leva a insistir estando aqui, eu, que sem tempo, preciso me dedicar a outros assuntos que não envolvem necessariamente minha escrita e minha capacidade criativa? Honestamente, não sei. Apenas sei que senti falta.

P.S: sou bem indecisa mesmo.

@blogmeuoutrolado

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