Título: Eu, Você e a Garota que Vai Morrer
Original: Me and Earl and the Dying Girl
Autor(a): Jesse Andrews
Editora: Fábrica 231
Sinopse: Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer - Livro que deu origem ao filme vencedor do Festival Sundance 2015, nas categorias Público e Crítica, com estreia marcada para 12 de junho nos EUA, Eu, você e a garota que vai morrer é uma mistura perfeita entre drama e humor e um retrato preciso da adolescência em face do amadurecimento. Na trama, Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade. Crossover com enorme potencial no segmento young adult, o romance é perfeito para fãs de livros e filmes como A culpa é das estrelas e As vantagens de ser invisível.
Interessei-me por Eu, Você e a Garota que Vai Morrer desde quando vi o livro no canal do Victor Martins, o Geek Freak. Logo após fiquei sabendo da adaptação do livro que já estreou nos EUA e meu interesse só aumentou ainda mais, ao assistir o trailer do filme. Finalmente o ganhei de uma grande amiga e a leitura foi bem rápida, pois devorei o livro em uma noite e parte da manhã seguinte.
Greg é um adolescente que sobrevive em sua escola conversando com todo mundo. Todos os típicos grupos do High School existentes estão presentes no Benson: os ricos, os religiosos, os nerds, os góticos, os gângsters, entre outros. Greg passa despercebido por todos eles ao não aprofundar a amizade com ninguém de grupo nenhum, exceto Earl, com quem faz filmes caseiros e, de acordo com o próprio Greg, horríveis. Sua vida pacata e sem grandes acontecimentos muda quando sua mãe o meio que obriga a falar com Rachel, sua vizinha a quem ele deu um ‘fora’ quando era menor e que agora foi diagnosticada com leucemia em estado grave.
A partir dessa sinopse nós leitores podemos supor mais uma história de adolescentes nerds que vivem um romance antes da morte de um deles e nos ensinam grandes lições de vida. Mas esse livro não é sobre isso. Na verdade, nem Greg sabe sobre o que é exatamente esse livro que nos escreve, só sabe que ele provavelmente tem fungos no cérebro e que nós, leitores, não temos motivos para ler a droga de livro que ele escreveu.
É exatamente nesse clima “desleixado” que o livro é apresentado pelo narrador, narrador esse que se demonstra como um adolescente típico: mal humorado, que só pensa em garotas e em como se safar do bulliyng na escola passando despercebido até terminar todo o colegial. Greg nos traz uma narrativa diferente, no entanto e com certeza nem todos irão gostar tanto assim dela. O enredo não tem grandes reviravoltas, acontecimentos bonitos e idealizados sobre o câncer e a amizade entre uma menina doente e um menino saudável e infantil.
Greg é O engraçado para todo mundo, de uma forma um tanto forçada, algumas vezes e irritante, principalmente com Rachel, que parece mais feliz a cada visita do amigo divertido e estranho. Earl vive numa casa muito bagunçada – em vários sentidos – com seus irmãos e mãe; sua vida é bem difícil e ele vive de mal humor. As conversas com Greg são bem superficiais e a amizade consiste basicamente em os dois assistirem filmes e produzirem os seus próprios filmes, não deixando ninguém assistir porque são extremamente horríveis.
Esta não é uma história comum, mas não cativa por justamente isso. Eu, Você e a Garota que Vai Morrer traz personagens voltados mais para a realidade que vivemos. Uma garota que não teve uma vida cheia de grandes acontecimentos está morrendo e não está nada feliz com isso. O atual – e único – amigo se sente obrigado a visita-la e fazê-la rir. Sem sentimentos profundos, lições sobre aproveitar a vida ao máximo ou dramas juvenis que nos fazem chorar, essa obra é despropositada, acredito eu.
Mas a obra também fala sobre amizades, sobre uma fase da vida em que nos deparamos com muitas coisas difíceis ao mesmo tempo, tendo você uma amiga com câncer ou não. E a ficção próxima da realidade no livro nos identifica mais facilmente com os personagens da trama.
Mesmo com a leitura rápida, não foi o que eu esperava, na verdade, nem sei se realmente gostei da leitura ou não, algumas passagens foram desnecessárias e maçantes. Foi uma leitura diferente e ainda preciso pensar sobre para delimitar minha opinião sobre a mesma. Aguardo assistir a adaptação, talvez essa me agrade mais por conta dos atores, da trilha sonora e das possíveis modificações no enredo.