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14 março 2014

Resenha - Cidades de Papel

Nome: Cidades de Papel
Original: Paper Towns
Autor(a): John Green
Editora: Intrínseca
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.

Cidades de Papel me surpreendeu de uma forma maravilhosa. Não esperava muito dele, mesmo tendo ouvido e lido muitos elogios ao livro, não criei grandes expectativas com medo de me decepcionar, mas sabia que gostaria do livro por ser John Green, sei que a escrita do autor me cativaria, mas o medo foi maior. Tive uma grata surpresa quando terminei a leitura em um dia apenas. Devorei sim o livro, mas não se enganem, não o li de forma superficial, pelo contrário, o livro me trouxe uma reflexão importante e esse foi um dos pontos principais que mais agradou.

Quentin e Margo presenciam o que nenhuma criança pensa em presenciar: Numa de suas andanças pelo parquinho perto de suas casas, debaixo de uma árvore, eles encontram nada menos que uma pessoa morta. Olhos abertos e o sangue escorrendo perto de seus pés só contribuem para o pavor aumentar em Quentin, mas Margo caminha para frente, chegando perto do morto com uma curiosidade estranha e até bizarra para uma criança, então seu amigo a puxa para saírem logo dali. Mais tarde, Margo aparece na janela de Quentin dizendo coisas sobre a morte misteriosa do rapaz e desaparece logo depois, na calada da noite. 
A partir de então, Quentin sonha acordado com sua vizinha, agora - após anos terem se passado - Margo é a garota mais popular da escola, mas não da forma como todos vemos em filmes de colegiais, a garota é aventureira e corajosa, enigmática até, sumindo por 3 dias e voltando contando uma de suas aventuras por aí. Quentin nunca imaginou que a teria novamente em sua janela em uma noite qualquer e que a garota após ter lhe proporcionado novas sensações e experiências pudesse ficar ainda mais misteriosa com seu sumiço.

John realmente sabe como escrever bem uma estória jovem. Mas não de uma forma fútil e clichê. Ele diferencia tanto que me impressiono com sua sagacidade em deixar tudo tão interessante e divertido ao mesmo tempo. Cidades de Papel é assim. Quentin é o típico adolescente nerd, que ama uma rotina e seus amigos. Mas não é nada sério e vive de brincadeiras com eles. Amigos esses aliás que são muito divertidos. Um - Radar - tem os pais colecionadores de Papais Noeis negros! É uma família bastante diferente. Outro - Ben- que ama a ideia de ter várias 'gatinhas' por perto e gosta de usar muitas gírias 'vintage' que não são nada apropriadas pra sua idade.
Margo é até um pouco previsível, pelo menos foi pra mim, mas não deixa de ser interessante. Ela faz um papel importante na estória, mas de uma forma indireta. Sua melhor amiga Lacey, meio fútil, nos surpreende ao longo da estória. Outro ponto importante a ser considerado: Os personagens não continuam em um estado de inércia em suas personalidades, eles mudam e nos impressionam por isso.

O cenário é colegial mas o que a estória traz não tem nada de imaturo. Através da busca por Margo, a garota que mudou sua vida numa noite, Quentin se vê obcecado em achá-la através de algumas pistas que ela parece ter deixado somente para ele. Essa busca meio macabra no início se transforma em uma busca por si mesmo. Quentin conhece melhor Margo ao longo de sua busca obsessiva, mas também se conhece melhor: enfrentando seus limites, seus medos, seus anseios. Como no próprio livro está escrito, é o 'se colocar no lugar do outro' que nos faz descobrir a nós mesmos. A poesia de Walt Whitman é um ponto essencial nessa trama para tal reflexão.

Não querendo me estender muito, Cidades de Papel se tornou um dos meus favoritos por todos esses fatores e mais alguns (não contarei mais, pois podem ser considerados spoilers). A escrita de John mais uma vez fluiu consideravelmente rápida, de uma maneira boa e diferente, assim como em todos os livros dele já lidos por mim. O mistério, os romances, as pitadas de humor, tudo nesse livro parece ter se encaixado perfeitamente e com certeza vale à pena a leitura. A edição da Intrínseca está impecável, como sempre. A diagramação não deixa a desejar. 

Recomendo a todos os fãs de John Green e a todos os apaixonados por personagens nerds, vizinhas misteriosas, amigos sem noção, mistérios e pitadas de humor inteligente que só o autor sabe inserir em suas estórias.

Comentários via Facebook

12 comentários:

  1. Eu gosto muito desse livro! Não é o meu favorito do autor, mas gosto bastante. Os amigos do Q são hilários e eu gosto muito da descrição do que é uma cidade de papel que o autor proporciona ao leitor.

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  2. Eu decididamente preciso ler algum livro do John. Esse parece ser um ótimo começo, hein? Gostei dos personagens e da história que você descreveu. Quero ler!

    Beijos,
    http://pitadadecultura.blogspot.com.br/

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  3. Eu li esse livro e gostei bastante, já li outros livros do J. Green os personagens dele em Quem é você Alaska? ou Teorema Katherine e Cidades de Papel são bastante parecidos, dá pra traçar vários paralelos entre as histórias e os personagens, a exceção até agora é A culpa é das estrelas.

    Mas voltado a Cidades de Papel, eu gostei da história e da moral que ele apresenta, definitivamente ele faz com que vejamos as coisas com outros olhos. Eu gostei muito mesmo da Margo e posso dizer que é um dos poucos livros em que o final é realmente satisfatório. :)

    Beijos, moça. Ótima resenha *---*
    eraoutravezamor.blogspot.com

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  4. Adorei sua resenha. Meu amigo me falou muito bem desse livro - ele é fã de John Green. Acho que deve ser um enredo legal, mas não é muito meu tipo preferido de literatura.
    Beijos <3

    vintageiz.blogspot.com

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  5. Oiii!!
    Ainda não li nada do autor!
    Morro de curiosidade para conhecer a narrativa dele!
    Esse livro está na minha listinha!
    Beijos

    Elidiane
    Leitura Entre Amigas

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  6. Tu já sabe o que achei do livro, por causa dos meus comentários no twitter :3
    Mas, da sua resenha, também não nego a moral que ele tem, de se colocar no lugar do outro ou da importância da poesia do Withman.

    Mas, não me cativou profundamente, ainda prefiro "Quem é você, Alaska?" apesar de achar parecido, sim, todos os personagens aqui.
    Foi mediano e não colocaria como favoritos, também não indicaria a ninguém.
    x-x
    E
    ps. ODIEI Margo (:

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  7. Eu tenho vontade e receio de ler John Green, acho que pela maneira que todo mundo se apaixonou rápido por seus personagens.

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  8. Eu tenho esse livro e outros do John, mas ainda não terminei de ler mas até então eu estou gostando.

    beijos

    beijos
    Talita

    Tá rolando sorteio de um Unicórnio do Meu Malvado Favorito:
    Cereja Rocks
    Loja Cereja Rocks

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  9. Cada vez que eu leio uma resenha de Cidades de Papel se confirma ainda mais que vou gostar do livro. Eu queria ler algum que fosse do John Green, e estou lendo A Culpa é das Estrelas, mas Paper Towns faz mais o estilo que eu gosto, vou ver se acho na biblioteca ^^
    Sorriso Espontâneo

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  10. Eu troquei com uma garota esse livro em inglês, ele está novinho mas ainda não li.
    Adorei a sua resenha porque assim eu nao me jogo de cabeça na historia e tenho uma base para entendeer
    A capa parece fazer sentido agora, e Quentin e Margo também parecem ser alguns novos amigos que conhecerei :)
    Faz a tag de arco iris literário, fica divertido para postagem rsrs
    voce ama JV? bate aqui o/
    Um beijo!
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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  11. Mas não é que a sua resenha me deixou morrendo de vontade de ler esse livro? Sério, eu adoro esse tipo de estória, que se passa em ambiente colegial, mas sem ser fútil e com coisas interessantes acontecendo (e como é difícil encontrar livros assim!)
    Vou correr atrás para ler *-*
    Beeijo!

    http://penny-lane-blog.blogspot.com.br/

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  12. Ai, Jeni, preciso ler esse livro LOGO! Já estou com todos os livros do JG aqui, só preciso ter um tempinho para ler, mas sei que vou querer um atrás do outro e preciso de tempo pra isso. :(

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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