Original: Cross Roads;
Autor(a): William P. Young;Editora: Arqueiro;Revisão: Hermínia Totti e Rebeca Bolite;
Onde comprar: Compare preços;Sinopse: Um derrame cerebral deixa Anthony Spencer, um multimilionário egocêntrico, em coma. Quando "acorda", ele se vê em um mundo surreal habitado por um estranho, que descobre ser Jesus, e por uma idosa que é o Espírito Santo.
À sua frente se descortina uma paisagem que lhe revela toda a mágoa e a tristeza de sua vida terrena. Jamais poderia ter imaginado tamanho horror. Debatendo-se contra um sofrimento emocional insuportável, ele implora por uma segunda chance.
Sua prece é ouvida e ele é enviado de volta à Terra, onde viverá uma experiência de profunda comunhão com uma série de pessoas e terá a oportunidade de reexaminar a própria. Nessa jornada, precisará "enxergar" através dos outros e conhecer suas visões de munda, suas esperanças, seus medos e seus desafios.
Na busca de redenção, Tony deverá usar um poder que lhe foi concedido: o de curar uma pessoa. Será que ele terá coragem de fazer a escolha certa?
O famoso e barato método de adquirir
livros “Avon” não é muito bem falado na terra encantada dos bibliófilos. Além
do motivo mais clássico – o tamanho diferente e desconfortável dos livros (se
tem um troço que me irrita é isso de “versão econômica”) –, ao menos aqui em
Belém do Pará a AVON costuma ser meio faltosa. Os livros, às vezes, não vêm, e
toda aquela pura expectativa enfatizada pela espera cai feito um prédio
desmoronando ao ouvirmos da/do consultora/consultor que o livro não veio. Até a
colher da panela de pressão da vizinha vem, mas o livro não. Frustrante.
Mas, ainda com todos esses contras, eu
não resisti ao ver aquele livro tão bonito no catálogo que minha doce amiga
Leila trouxe consigo naquela manhã de quinta-feira. Há tempos eu queria um
livro de William P. Young, mas A Cabana,
pra mim, sempre foi aquele tipo de livro que você tem interesse, mas que dá
preguiça e pena de levantar e ir pagar. Eu também não queria ler de Young
primeiramente A Cabana. Acho que
quando há outras obras de um autor que foi sucesso com uma em especial você não
deve necessariamente começar lendo esta. Às vezes é bom conhecer o autor por
seus menores sucessos e outros livros.
Por isso que pedi A Travessia – e ele veio lacradinho, em tamanho normal, rápido. Uma
grata surpresa.
Este é um livro que fala sobre redenção e
evolução – sob uma óptica espiritual-filosófica cristã. A Travessia conta a história de Anthony Spencer, um homem que, após
escolher caminhos, ações e perspectivas não-edificantes, por conta de traumas e
tristezas acumuladas de um passado coberto por mágoas e perdas, está à beira da
morte e recebe uma nova chance de compreender a vida literalmente por outros
olhos, além de uma dádiva: a chance de curar uma pessoa. Os caminhos para a
superação e perdão de si mesmo são contados nas 237 páginas do segundo livro de
William P. Young, considerado um dos grandes porta-vozes da literatura de
ficção espiritual dos dias de hoje.
A poesia prosaica no primeiro parágrafo
deste livro bastou para me arrebatar. Começos de livros são sempre importantes:
se um início é bom, há grandes chances de não abandonarmos a história ao longo
desta. Young escreve tratando o leitor com todo o respeito que este merece, com
uma escrita lindamente inteligente, sutil e educada. Young é um anfitrião de
primeira classe, que nos leva pelos caminhos de seu livro com todo o amor e
amigabilidade que um escritor pode (e precisa) ter.
Mas sem mais enrolações. Vamos ao ponto
que 99,99% dos que leem resenhas sobre Young esperam: críticas sobre a parte
espiritual contida na obra do cara. E de antemão, quero deixar claro que todas
as opiniões aqui são pessoais e tiradas de concepções totalmente íntimas. Não
falo aqui pelo Young, ou pele entrar e a Jeniffer Yara – falo por mim, Breno.
Apenas por mim.
A
Travessia é um livro
quase que completamente metafórico, cheio de simbolismos e muitos sutis
implícitos – por isso que exige doses de abstração e sensibilidade grandiosas,
se você é um leitor que gosta de entrar e realmente sentir o livro em si. Tem
um embasamento cristão, como se pode perceber só pela sinopse – no entanto, seu
caráter espiritual e ideológico é claramente universal. Tradução: fala sobre
questões que todas as religiões buscam e sempre buscaram através dos séculos:
redenção, benevolência, bondade, respeito, amor, perdão e superação. Se você
não tiver preconceito algum e não for cristão, você pode se encontrar neste
livro – sendo espírita, sendo hinduísta, sendo budista.
Você topa constantemente em reflexões em A Travessia. Estas são sobre inúmeros
pontos que muitos de nós nos perguntamos: sobre a vida, sobre a morte, sobre o
pós-morte, sobre a forma que encaramos a vida e sobre como as desaventuranças
podem mudar a vida de um ser – seja para melhor, seja para pior. Ele pode ser
tocante e profundo em inúmeros momentos pelo caráter íntimo que traz: a obra
mexe com o espiritual e as ideias de divindade, amor, existência e
autoconhecimento que todos temos. É por isso que, antes de lê-lo, fique
avisado: ele pode mudar algumas verdades de lugar dentro de você. Mudou algumas
minhas, certamente.
Além disso, há três pontos principais que
estarei sendo herege se não falar sobre. Três pontos que me deixaram
maravilhado com o enredo. O primeiro é a releitura de Young sobre a imagem de
Jesus Cristo. O Jesus de Young é um homem totalmente palpável, acessível e
humano – um Jesus brincalhão, docemente irônico, que se veste como um homem
qualquer e trata o protagonista com igualdade e amizade. Como um profundo
adorador da ideia de um Deus próximo e amigo, aplaudi de pé a decisão de Young
de não colocar Deus/Jesus num trono imponentemente inalcançável e torna-lo
humano e... Alcançável.
O segundo ponto é o caráter hipersensível
e poderosamente conhecedor que o narrador trata sobre as visões de mundo do
protagonista. A insensibilidade e desinteresse deste homem, Anthony Spencer,
pelo bem estar e condições do próximo chegam a ser cruéis e indignantes. Talvez
seja por eu ainda ser um dos poucos bobos tipos de pessoa que ainda se choca
com a incapacidade de empatia e afeto de alguns seres humanos para com outros.
E o terceiro ponto é o desfecho do livro.
Magistral. Não poderia ter um fim melhor.
O livro termina com os objetivos alcançados, os assuntos bem costurados, o
enredo sem entraves e com aquela massacrante curiosidade sobre a aventura
seguinte a ser imaginada. A liberdade de nos dar a liberdade para imaginar o
verdadeiro “fim” de Anthony Spencer foi mais uma prova da gentileza de Young
para com seu leitor. E mais uma prova do quão bom escritor esse homem é.
Há mais uma penca de tópicos no meu
caderninho de anotações para resenhas sobre este livro, mas eu não preciso mais
me alongar nessa resenha já quilométrica. As concepções são infinitas. A Travessia é um livro infinito, que
merece a infinitude daquele que o lê para que sua universalidade seja
devidamente alcançada, sentida e maduramente julgada.
Super indico A Travessia para você, leitor. Para que com sabedoria o leia e
saiba retirar dele tudo o que há de bom – que, eu garanto, não é pouco não.
Aqui onde moro já comprei livros da Avon e sempre chegam ótimos e rápido =D
ResponderExcluirAdorei A cabana, muito mesmo!! O jeito da escrita do autor me encantou :)
Entrou para minha listinha...Nunca tinha visto falar. Gostei da resenha.. bjos
ResponderExcluirBlog DAMA DE FERRO
Vou procurar nas livrarias
ResponderExcluirquaseprincipa.blogspot.com.br
Acho que essas reflexões citadas na resenha são típicas do autor, assim como sua linguagem mais poetizada. Eu li A Cabana há anos, gostei, mas não achei aquilo tudo. No entanto, tenho de admitir, a carga de mensagens da história é enorme. Não tenho tanta curiosidade de ler outras coisas do autor, mas quem sabe:?
ResponderExcluirBeijos
Hey
ResponderExcluirAh eu não li 'A Cabana' até hoje, mas tenho curiosidade.
Gostei dessa resenha e 'A Travessia' parece ser legal.
Eu compro livros na Avon, é quase a edição das Lojas Americanas hahaha pra alguns...
Desde que não rasgue página ta bom
bjs
Nana - Obsession Valley
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirPassando para deixar um comentário rsrs
Ai , o livro deve ser demais !
Adorei a resenha, já to atrás dele :)
Beijos*-*
Território das garotas
http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com.br/
Já tentei ler a Cabana, mas é aquele tipo de liv ro que você tem meio que gostar de coisas espirituais religiosas e eu acabei me entediando rápido. Já ouvi falar desse livro da resenha, que é muito bonito. Mas bom, acho que eu vou ter que esperar alguns anos para le-lo :)
ResponderExcluirEu adorei seu blog.
Tem post novo lá no blog *-* e ele agora tem twitter ( UHUL) segue lá @torresaamanda
Beijos
barradosno-baile.blogspot.com
Nossa, que bom que curtiu, sempre tive vontade de ler A Travessia, mas ao ler antes a A cabana me desmotivou, achei o livro de A Cabana muito parado, e temo que esse seja da mesma forma, por ser do mesmo autor, mas talvez eu devesse dar uma oportunidade a ele ao A Travessia. Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
ResponderExcluirPreciso ler esse livro demais.
ResponderExcluirEle e A cabana que preciso reler.
www.iasmincruz.com