Destaques

29 agosto 2013

A arte de Will Murai.

Will Murai, como é conhecido, é descendente de japoneses e formado em designer gráfico, sem sombra de dúvida um artista por vocação, trabalha e vive atualmente em São Paulo. Tem como clientes grandes empresas como: DC comics, Marvel comics, Editora Abril etc...

As Pin-ups ( *----* amo) que ele produz tem um charme todo especial, mas sua arte não se resume a elas, Will Murai também trabalha como concept artist de Games. Segue o site para quem se interessou pelo trabalho do cara: Aqui!






26 agosto 2013

Resenha - Liberta-me

Nome: Liberta-me
Original: Unravel Me
Autor(a): Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
Onde comprar: Compare preços
Sinopse: Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.

Liberta-me é o segundo livro da trilogia Estilhaça-me, muito aguardado por mim, que gostei e muito do primeiro livro (resenha aqui), o qual me proporcionou grandes expectativas para a sua continuação. E Liberta-me não me decepcionou, mas também trouxe alguns pontos que não achei interessantes durante minha leitura.

Mas falando sobre o que o livro aborda em si: Juliette se encontra no Ponto Ômega, o local onde ela, Adam e Kenji foram se refugiar depois da fuga do Restabelecimento e do comando de Warner, nosso antagonista  cruel e infame. Aqui, vemos Juliette em outra situação nova; finalmente com Adam e com pessoas que fazem parte da resistência. Porém, ao contrário do que poderíamos pensar sobre ela estar feliz e interagindo com pessoas que poderiam a entender, já que elas também possuem dons extraordinários, vemos Juliette enclausurada em sua solidão, por não poder tocar em ninguém, por se sentir avulsa ao que acontece ao seu redor, por ter que afastar-se de todos não por querer, mas por se sentir na obrigação de protegê-los de si mesma.

Liberta-me é mais uma introspecção de Juliette, assim como Estilhaça-me, já que é narrado em primeira pessoa, mas aqui vemos não só descobertas da protagonista, mas sim, uma certa evolução como pessoa, porém, parece que essa evolução demora (e muito) para acontecer. Esse é o ponto que não gostei. As metáforas e todo o desenvolvimento do pensamento de Juliette foi o que me fascinou em Estilhaça-me e no começo de Liberta-me também, mas no final do segundo livro isso parece cansar a leitura. O livro também enfoca, claro, no triângulo amoroso entre Adam, Juliette e Warner (que nos surpreende e muito ao longo desse livro) e não sei se posso dizer que gostei de ler sobre o triângulo, mas Juliette e Warner me incomodaram muito, às vezes gostava de ler as cenas com os dois, às vezes não. Ainda não me defini quanto à isso.

Contudo, não posso deixar de lado os fatos surpreendentes do livro, não vemos aquela velha história do mocinho e a mocinha juntos e o antagonista querendo os separar alegando estar apaixonado pela mocinha, ocasionando conflitos para depois o casal principal voltar à ficar juntos. Acredito que Tahereh soube construir bem as personalidades de cada integrante da estória, deixando de lado clichês e trazendo um pouco da realidade para a ficção. Personalidades confusas, intrigantes, com passados que o definem mas que podem também não mais fazer parte do caráter do indivíduo.

O final não me surpreendeu muito, em minha visão, a ação que faz parte do clímax da estória foi bem curta. O mistério que o final nos dá é o que realmente faz o interesse despertar para ler o próximo livro.

Quando à ortografia do livro, vi alguns erros mais para o final, mas nada muito grave, e a presença de 'Ó'  nas declarações me incomodou um pouco, mas é detalhe.

Liberta-me não deixa muito à desejar quanto à Estilhaça-me, talvez minha opinião esteja mais contida e mais crítica por fatores externos, mas o livro em si ainda é uma boa continuação. E aguardo o terceiro com um maravilhoso desfecho da trilogia, tenho quase certeza que Tahereh não nos decepcionará.

[Sorteio] Dose dupla Nicholas Sparks


Hey! Faz MUITO tempo que não realizo um sorteio/promoção aqui no blog, né?! Falta de tempo e de outras coisas ($), mas esqueçamos esses dias remotos! Volto aqui com um sorteio em parceria com o blog Alma Crítica, onde o autor do blog é um grande amigo meu, do Breno e do Renato, o Jônatas.
Deixamos de lero lero (sim, eu falo isso) e vamos às regras do sorteio! Lembrando que esse sorteio é de inteira responsabilidade dos blogs, sem parceria com editora ou empresa alguma.

REGRAS:
- Seguir pelo GFC o blog Meu outro lado
- Seguir pelo GFC o blog Alma Crítica.

Fácil, fácil ;}


OBSERVAÇÕES:
- O e-mail de divulgação do vencedor do sorteio será enviado ao que está registrado no Formulário Raffecopter quando for feito o Login para participação.
- O prazo de divulgação do vencedor é de 10 dias, contando do término do sorteio.
- O prazo para o envio dos livros é de 10 dias contando da resposta do vencedor com seus dados para a entrega.
- O prazo de chegada dos livros são de até 30 dias após o envio. Se houver alguma implicação, os realizadores irão comunicar-se com o participante vencedor informando.

21 agosto 2013

[Filme] Percy Jackson e o Mar de Monstros


Nome: Percy Jackson e o Mar de Monstros;
Original: Percy Jackson and the Sea of Monsters;
Estúdio: 20th Century Fox;
Direção: Thor Freudenthal;
Roteiro: Scott Alexander e Larry Karaszewski;
Cast: Logan Lerman, Alexandra Daddario, Brandon T. Jackson, Douglas Smith, Jake Abel, Leven Rambin, Stanley Tucci, Nathan Fillion;
Gênero: Aventura, Fantasia.

Trailer 
Mais informações
Acho que posso me dizer fã da série Percy Jackson por inúmeros motivos além dos clássicos – li todos os livros, chorei copiosamente nos momentos emocionantes, torci vigorosamente perante todos os momentos de aventura, quis despedaçar cada centímetro daqueles que faziam algum tipo de mal aos meus personagens mais amados, ansiei desesperadamente pelas adaptações cinematográficas dos livros –, entretanto, um deles colocou minha paixão pelo universo do mundo olimpiano à prova: a espera de três anos e meio para termos outro filme. Pois demorou para termos uma continuação de Percy Jackson e o Ladrão de Raios (os quais muitos de nós, fãs de carteirinha, concordamos que, quanto à fidelidade com o livro e alguns outros aspectos, foi um desastre).
Três anos e meio. Três anos e meio pegando e largando o livro para relembrar passagens e não se permitir deixar de imaginar as melhores partes na telona do cinema. Três anos e meio: esperar a decisão de lançar a adaptação do segundo livro da série Percy Jackson, a confirmação do cast original, os inúmeros boatos e comentários sobre as passagens do filme, ouvir todos os chiliques de pessoas que não gostam da saga e – finalmente – estar na sala de cinema, com o Milk Shake na mão, o coração sambando no peito e o filme passando ali, na frente dos meus olhos, com os melhores amigos e fãs da saga ao meu lado, tão ansiosamente animados quanto eu.

Só para rirmos e nos decepcionarmos. Ao menos com 90% do filme.


Toda vez que me perguntaram ou que eu comentei sobre minha opinião quanto a Percy Jackson e O Mar de Monstros, dei uma resposta que não tinha percebido o quanto era crítica e até meio engraçada até parar e analisar o que estava dizendo. A Resposta era: “as melhores partes do filme são o começo e o fim”. E, para mim, realmente foram. As melhores cenas, de longe, foram a do início – aquelas crianças atuaram melhor do que muita gente de anos de teatro por aí – e a do fim, onde o filme dá um suspense de continuação para o próximo filme (que já foi confirmado: A Maldição do Titã virá pra gente daqui a algum tempinho).

O filme foi, em si, muito corrido. As cenas não tiveram uma duração boa o bastante para impressionar o expectador – coisa que os produtores tentaram fazer desesperadamente em outro ponto: efeitos especiais. Pessoalmente amo efeitos especiais, como todo adorador de literatura fantástica; no entanto, uma coisa é você colocar efeitos especiais para ao filme e ao enredo somar; outra é enfiar efeitos especiais guela abaixo de quem está na cadeira do cinema imaginando que este não prestará atenção em outros fatos. Deve ter funcionado com muita gente, sem dúvidas; há efeitos especiais absurdamente lindos em Mar de Monstros. No entanto, além de algumas cenas ficarem um tanto esquisitas (para não dizer ridículas) – como a cena do Oráculo e a cena da volta de Thalia (eu não consegui reprimir a risada ao vê-la daquela forma tão esquisita entre as raízes das árvores) – não deixei escapar que houve excesso de informação visual computadorizada, falta de atenção com partes importantes do enredo original (a cena do resgate do velocino de ouro, pelos céus, merecia mais do que aqueles poucos minutos corridos), antecipação desnecessária de alguns pontos de outros livros e um excesso meio desnecessário de “adolescentisses” (o que compreendo totalmente, já que é um filme feito pro público infanto-juvenil – talvez eu que já esteja um pouco ranzinza quanto a essas coisas mesmo). Se me permitem dizer, também achei estranhíssimo eles não explicarem a repentina mudança Cor&Tom de Annabeth de um filme pro outro; também não gostei absolutamente nada de eles terem tirado a cena mais encantadora e fantástica do filme (uma dica: sereias), e eu poderia ficar citando aqui muitos e muitos outros pontos mínimos que me fizeram considerar Mar de Monstros um filme, em resumo, fraco. E um pouco decepcionante para mim, que esperei tanto para dar de cara com este resultado.
  

Como ponto bom do filme, no entanto, após essa chuva de críticas não tão inspiradoras, quero deixar registrado o quão apaixonado fiquei pela atuação de Douglas Smith (que interpreta Tyson) e pela considerável melhora e entrega ao personagem de Alexandra Daddario (que interpreta Annabeth). Quando o li, imaginei Tyson um cara mais fortão, maior – no estilo grandão desengonçado, que mal sabe o que fazer com o próprio corpo. Douglas Smith definitivamente não é um cara assim – ele é alto, mas não forte, e tem um porte charmoso e bonito. Quando percebi isso, previ erroneamente uma catástrofe de atuação – mas quebrei a cara, e que bom. Smith simplesmente tomou a cena no filme, com o caricato divertido e fofo que Tyson se tornou em sua performance. Já quanto a Alexandra Daddario: ela, finalmente, teve espaço para demonstrar o lado um pouco mais sensível que Annabeth demonstra ter em algumas passagens dos livros. Ela deu humanidade à personagem, finalmente; ela, no filme O Ladrão de Raios, mais parece uma filha de Ares do que uma filha de Atena. Eu enxerguei, nesse filme, a Annabeth que sempre imaginei e esperei ver. E por isso que considero a performance artística de Daddario uma das melhores do filme.


Mar de Monstros é um bom filme para quem quer passar um tempo entediante e ver bastante efeito visual. Não fiquei satisfeito com o mesmo; em vários momentos me entediei e, em vários momentos, me perguntei o que diabos estava fazendo ali. Vou, sem dúvidas, assistir (e na estreia) o próximo da franquia, A Maldição do Titã – mas por ser meu livro predileto da série e eu ainda ter grandes esperanças por um filme da série Percy Jackson com grande qualidade, e não por conta de seu antecessor. No entanto, isto tudo é apenas minha opinião pessoal sobre o filme. O certo mesmo é você ver com seus próprios olhos e verdades para tirar sua própria análise. Espero, sinceramente, que tire mais proveito e diversão de O Mar de Monstros do que eu.

18 agosto 2013

Resenha - As Meninas.


Autor: Lygia Fagundes Telles.
Obra: As Meninas.
Editora: Companhia das Letras.
Resenha: São Paulo, 1973. Num pensionato de freiras progressistas, três jovens universitárias começam a vida adulta num país sufocado pela repressão política e num mundo conturbado pelas transformações sociais e morais.
A sensível Lorena, descendente de bandeirantes, namora um homem casado, mas permanece virgem. A aguerrida Lia, filha de baiana com alemão, milita na luta contra a ditadura. A tresloucada Ana Clara oscila entre o desejo de ascensão social, via casamento burguês, e o paraíso artificial das drogas.

                                 
Sinceramente não sei por onde começar... Esse livro foi muito importante pra mim, acho que pelas sensações que ele me trouxe a cada capítulo, a cada uma das meninas se revelando, e se por algum momento, durante a leitura, eu fiquei muito triste por outros fiquei tão alegre e sonhador, as meninas de Lygia Fagundes Telles foi sem dúvida um livro de imensas sensações.

As meninas vivem no pensionato Nossa senhora de Fátima no período da ditadura. Cada uma delas trás consigo uma identidade própria suas histórias de vida e personalidade toda bem construída e de densas camadas. A historia se passa em apenas dois dias do cotidiano dessas meninas inesquecíveis, seus sonhos, seus delírios, seus amores e paixões, suas relações com a família, com as freirinhas e com a sociedade que as cerca.



 Em sua concha (seu quarto todo limpinho bonitinho e feminino com suas coleções de sininhos e chás importados) Lorena sonha e espera o telefonema de M.N. um homem mais velho e casado da qual é “amante”, mesmo continuando virgem. Lorena tem seus pensamentos “lorenenses” fala Latim e faz Direito, é de família Rica descendente de Bandeirantes, e enquanto sua mãezinha lamenta estar envelhecendo e ter casado com um cafajeste, Lorena se perde em suas filosofias (ser é diferente de estar) e em seus devaneios enquanto ouve Hendrix na sua vitrola, é através dela que conhecemos detalhes importantes pra história e características das outras meninas. Lorena sonha em seu corpo franzino, faz caretas, passos de balé, espera astronauta (seu gato) que sumiu e que M.N. ligue. “Lena” é intelectual e está sempre disposta a ajudar os outros e dar conselhos, com ela aprendi a falar dinheiro de traz pra frente para dar sorte (orienhid).

 Lia, a Lião é Baiana e descendente de Alemão, é militante e “subversiva” e é através dela que Lygia Fagundes Telles relatou pela primeira vez os horrores da ditadura através de uma carta que recebeu (verídica). Lia namora Miguel que está preso, faz Ciências Sociais, mas está com a matrícula trancada, lê muito é  super inteligente e desgrenhada, procura sempre uma unha para roer quando está nervosa e aflita Lorena vive lhe arrumando e lhe cuidando. Anda sempre com uma touca que esconde seus cabelos armados. Trai seu namorado mas continua o amando. Lião é crítica e “mente aberta” através dela muitos temas polêmicos vêm átona como o a homossexualidade e a própria situação do País naquela época, imagine tocar nesses assuntos em plena ditadura... Lião é um máximo! Além, claro, de escrever romances e diários.

Ana Clara a aninha ou a Coelha ou Ana Turva é modelo, a mais linda das meninas, ruiva e com sua baita altura vive em meio ao mundo das drogas, passa grande parte do tempo fazendo amor e delirando ao lado de seu namorado traficante Max. Aninha tem um passado triste, por vezes em meio a seus delírios conhecemos o que passou na infância, o quanto sofreu e o quanto quer ser rica e importante. Fazia Psicologia, no entanto, está com a matrícula trancada a um bom tempo, sempre conta suas mentirinhas para os outros, tem em Madre Alix uma Santa que lhe ouve e tolera suas faltas (como dever a mensalidade do pensionato) é onde tem paz de seu “roque roque” da cabeça. A Ana Clara é  a personagem que mais me entristeceu dentre todos os personagens que já conheci, tive tanta pena de aninha... Tem um noivo que chama de “escamoso” e precisa se “costurar” para casar virgem e finalmente ascender socialmente. Aninha é cheia de preconceitos e muitos medos. Soube através de uma colega do curso que Lygia disse em uma entrevista que enquanto escrevia As Meninas Aninha sentou em seu colo. Imaginem sua densidade...

Não escrevi muito sobre a história porque eu estaria contando absolutamente tudo e não atiçando a sua vontade de ler, posso dizer que tem um fim que deixa com vontade de quero mais. Não sei ao certo se com essa resenha convenço alguém a ler esse romance, só o que posso dizer é que li poucas vezes algo tão bem escrito e tão profundo, tão delicado. Não é a toa que Lygia Fagundes Telles esta sentada em uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras.

Ah, e tem o filme, com as atrizes Adriana Esteves, Drica Morais e com a modelo e atriz Claudia Liz, é de 95 e foi dirigido por Emiliano Ribeiro, tem prêmios e tudo. 

13 agosto 2013

Resenha - Jardim de inverno

Nome: Jardim de inverno
Original: Winter garden
Autor(a): Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Onde comprar: Compare preços
Sinopse: Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são. 

O livro foi pego sem grandes expectativas em meio à tantos outros livros aguardando para serem lidos, eu nunca iria imaginar o quanto essa leitura me afetaria, de uma forma que apenas outro livro tinha me afetado; Jardim de inverno foi mais do que surpreendente, foi algo maravilhoso, transcendente até, algo sem definição certa sobre a sua leitura e sobre todas as emoções que um 'simples' livro poderia despertar em alguém.

O livro fala sobre duas irmãs completamente diferentes e sua mãe, Anya. Meredith, é a dona de casa exemplar, preocupada sempre com os outros e não muito consigo mesma, perfeccionista em seus deveres e afazeres, mas a que sempre quis chamar atenção da mãe, e a que mais parece ter se decepcionado com essa figura materna idealizada que nunca teve. Nina é aventureira, aprendeu cedo à não esperar muito da mãe, tornou-se uma fotógrafa renomada, viajante em vários países onde ocorria alguma tragédia; seu ponto de refúgio na volta para casa era seu pai, que era o que interligava as duas irmãs à mãe, sempre fria e distante, mesmo muito presente fisicamente. Com a morte do pai, a vida dessas três mulheres muda drasticamente e o ponto-chave para toda essa mudança acaba sendo um conto de fadas inacabado, que sempre fora contado por Anya, a mãe misteriosamente fria que se tornava alguém delicada e transcendental quando contava suas estórias.

Jardim de inverno não fala somente um drama familiar; a mãe e suas duas filhas que nunca a compreenderam muito bem e que até tentaram deixar de amá-la por tantas decepções que a mãe as proporcionou. Nem somente sobre uma história antiga que fez parte da vida de uma figura que não demonstra ser totalmente quem é ou quem foi. Ele é a mescla do que falei acima e mais alguns elementos. Durante a leitura não pude deixar de tentar achar palavras para conceituar a obra. Jardim de inverno é intimista, emocionante, profundo e impactante.


Nesse enredo parece não haver personagens secundários; por mais que o trio de mulheres seja o foco principal de toda a história, os outros que aparecem ao longo do enredo têm sua importância junto às outras personagens e não são superficiais em suas aparições. O pai sonhador e amável de Meredith e Nina, o marido de Meredith que a conhece tão bem por estar com ela desde pequeno, a mãe de Anya, que lutou bravamente como sua filha. É um enredo carregado de personagens marcantes, estórias que se entrelaçam e te conduzem para um desejo enorme de continuar a leitura e não parar, por não querer deixar de lado o que está sendo contado ali.

Me emocionei várias vezes enquanto lia Jardim de inverso, e toda a riqueza dessa obra só me fascinava cada vez mais, não só nos personagens, na história dentro de outra história narrada, mas também nos cenários descritos, nos detalhes mantidos, nas cenas necessárias para a construção em nossa mente sobre cada personagem importante para entender a trama. Em toda leitura que faço imagino os lugares e as pessoas das histórias, mas com esse livro algo foi além e quis fazer parte dela, quis estar ali, vendo de perto algumas cenas marcantes ou algumas paisagens descritas, como o jardim de inverno de Anya.

É um livro sobre mulheres fortes, determinadas, confusas, magoadas, mas principalmente guerreiras. É um livro sobre amor mas também sobre perdas, milagres, segredos que nunca deveriam ser escondidos e famílias reconstituídas através de suas descobertas.

A capacidade desse livro te emocionar é grande e parece que todas as descrições das qualidades que ele tem são poucas para realmente descrever o que Jardim de inverno é. Recomendo muito à todos que amam uma leitura intimista, emocionante, tocante, que irá te fazer chorar como uma criança quando terminar a leitura e que irá perdurar em sua memória por um bom tempo, por que livros bons marcam, quem sabe para sempre.

09 agosto 2013

Resenha - Preces e Mentiras



Título: Preces e Mentiras;
Original: Prayers and Lies;
Autor(a): Sherri Wood Emmons;
Editora: Novo Conceito;
Onde comprar: Compare preços;
Sinopse: Quando Bethany, de 7 anos, conhece sua prima de 6 anos, Reana Mae, é o começo de uma relação desajeitada que salva ambas de uma solidão profunda. Todo verão, Bethany e sua família vão de Indianapolis para West Virginia’s Coal River Valley. Para a mãe de Bethany, essas viagens até lá a lembram de sua infância pobre e composta por minas de carvão, um lugar do qual ela desejou escapar. Mas seus amados familiares e a amizade de Bethany e Reana Mae continuavam trazendo lembranças.
Mas conforme Bethany cresce, ela percebe que a vida nessa comunidade pequena e unida não é tão simples quanto pensava... que as cabanas na beira do rio, que guardam muito da história de sua família, também geram fofocas escandalosas... e aqueles mais próximos a ela guardam segredos inimagináveis. No meio das florestas densas e da beleza silenciosa do vale, esses segredos estão finalmente sendo revelados, com uma força suficientemente devastadora para acabar com vidas, fé, e a conexão que Bethany pensou que duraria para sempre.

Eu não sei que maré maravilhosa de sorte é essa que estou vivendo em relação aos livros que escolho para compor minhas leituras diárias e estante, mas eu sinceramente espero que ela nunca acabe. Honestamente, nunca fui do tipo de pessoa sortuda que sempre pega certeiramente os livros mais maravilhosos do mundo para ler. A verdade é que já quebrei bem bonito a cara umas trinta vezes por pegar um livro só por esse ter a capa bonitinha e um nome simétrico e melódico; já gastei mais de trezentos reais com escolhas mal feitas e julgadoras de livros, excluindo alguns pela capa sem nem ao menos ler a sinopse e escolhendo outros por terem lindos desenhos e letras numa fonte chique e chamativa. Foi só depois de um tempo que comecei a parar em frente as prateleiras das livrarias e ler atentamente às sinopses; e, a partir daí, comecei a me identificar lindamente com todas as leituras que escolhi (tendo uma ou outra decepção aconteceram, é claro – mas, enfim, ossos do ofício).

A escolha por Preces e Mentiras, no entanto, foi uma quebra total desse paradigma. Eu olhei para a capa do livro e me encantei de cara: a expressão tristonha, machucada e carente da criança, com aquele fundo esverdeado (sacanagem: eu amo verde) e aquele título no mais fino estilo Jane Austen. Abrindo o livro e olhando de relance, uma diagramação perfeita e, é claro, uma das coisas que pra mim realmente contam para a escolha de um livro: um cheiro estonteantemente delicioso exalando das páginas.

Com Preces e Mentiras, foi amor à primeira vista. Eu nem li a sinopse direito; simplesmente peguei o livro pra ler.

E, com toda a sinceridade do mundo: foi a melhor escolha “irresponsável” da minha vida de bibliófilo.

Este brilhante livro fala sobre a amizade, as descobertas e caminhos de duas garotas: a singela Bethany e a destemida Reana Mae. Narrando o passar dos anos das vidas destas duas garotas, as consequências de suas escolhas e as várias faces da inocência de ambas perante assombrosos pontos da vida, Sherri Wood Emmons nos desafia, com uma escrita poderosa, intensa e translúcida, a entender e conhecer as realidades que podem existir nas vidas familiares e a importância e força da amizade e do amor em cada dia de nossas vidas.

A escrita dessa obra é muito gostosa. Há nela bastante descrição (nada que chegue ao ponto do monótono), e preza pelo caráter simples – ou seja: tem um caráter simplório, mas é riquíssimo em sua simplicidade. Ainda falando sobre isso, eu li Preces e Mentiras sempre achando estar tendo uma conversa regada a goles de chá e biscoitos com uma honesta e graciosa contadora de histórias. É tão, tão cativante que parece um papo jogado pro alto – e isso é muito legal, pois faz a leitura fluir muito mais rápido e divertidamente.

Além disso, é um livro que desafia. Familiar, com personagens lindamente construídas e que recebem seus respectivos espaços para um desenrolar coerente e rico de um enredo brilhantemente bem costurado e inteligente – você desenvolve uma empatia e intimidade tão profundas com as personagens que às vezes se surpreende com as sensações que se vê sentindo perante seus atos e participações –, é, sendo totalmente sincero, um dos livros mais fortes que já li na vida. Não forte no sentido pernicioso da palavra, mas emocional e psicologicamente desafiador. Preces e Mentiras treina e desafia seu estado de serenidade. Ele mexe com todos os âmbitos emocionais do seu eu sentimental, e é por isso que tenho total segurança ao afirmar que é um livro completo. Juro, cara, juro que senti vontade de aplaudir ao acabar de lê-lo e abraçar fortemente a escritora e agradecê-la por ter escrito tão brilhante obra.

A qual, aliás, é a sua primeira.

Elucido: é o primeiro livro de Sherri Wood Emmons.

Preces e Mentiras é um livro que todo mundo deveria ler. É, mais do que muitos outros, um livro que merece virar um clássico pós-moderno e ser adorado por gerações e gerações, já que é um livro extremamente atemporal. Vale MUITO a pena lê-lo. Se você não gosta do gênero, por favor, dê um espacinho no seu tempo para devorá-lo. Eu aposto (só de brincadeirinha, porque dinheiro que é bom eu não tenho) que você não vai se arrepender.


P.S.: Quase ia me esquecendo!: aqueles que curtem estudar sobre Psicologia iam gostar de analisar o viés comportamental das personagens desse livro. Super indico.

02 agosto 2013

Resenha - O teorema Katherine

Título: O teorema Katherine
Original: An abundance of Katherines
Autor(a): John Green
Editora: Intrínseca
Onde comprar: Compare preços
Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Mais um livro de John Green como uma das minhas leituras obrigatórias. Para quem leu minha resenha de A culpa é das estrelas viu que amei o autor, amei a estória, me emocionei muito e fiquei sedenta de mais John Green. Eis que surgiu a oportunidade de ler O teorema de Katherine, graças à uma amiga querida, e que bom que essa oportunidade surgiu logo.

Colin conhece Katherine, se apaixona por ela, Katherine gosta de Colin, eles namoram, mas logo Colin é dispensado pela Katherine. E assim a estória se repete por 19 vezes ao longo dos curtos anos de Colin. Após ser dispensando pela K-19, Colin está mais do que deprimido e angustiado, e junto com Hassan, seu grande amigo árabe, decide fazer uma viagem de carro sem destino certo. E assim, no Rabecão de Satã (nome do carro), os dois amigos acabam 'estacionando' em Gutshot, Tenesse, parados pela curiosidade de Colin em ver o túmulo de Francisco Ferdinando (exatamente aquele que foi o estopim da Primeira Guerra Mundial).

Naquela cidade pacata, Colin e Hassan descobrem-se em novas atividades, conhecendo novas pessoas e principalmente Colin, pois ali começa a elaborar seu Teorema Katherine, o teorema que calcula quem irá terminar com quem em um relacionamento amoroso.

Durante a leitura, lembrei muito de Resposta Certa de David Nicholls, onde temos um protagonista nerd com suas desilusões amorosas; mas ao contrário de Brian , Colin não é irritante por sempre estar pensando nas 'Katherine's' que já apareceram em sua vida ou em suas explicações científicas, muito presentes na narrativa e nas notas de rodapé (que são muitas e na maioria, engraçadas). Não sei vocês, mas gosto de personagens nerds, por mais irritantes que podem ser quando existe uma garota idealizada por eles. Porém, Hassan, o amigo árabe e que traz ao livro todo um vocabulário diferente junto com Colin (que fala nada menos que 11 idiomas) também rouba a cena com suas tiradas sarcásticas e engraçadas.

É um romance jovem e tem seus clichês, mas não decepciona. A narrativa de John, novamente, flui muito bem e o autor nos convence a cada novo capítulo que sua estória irá ficar mais interessante ainda e que seus personagens tem um quê de real e que podem fazer-se identificar com o leitor.

Recomendo muito aos fãs de John, aos que leram A culpa é das estrelas e gostaram e aos que não leram, também é um bom livro para conhecer a obra do autor (mesmo tendo opiniões contrárias à minha), se você gosta de romances nerds com alto teor informativo e cômico ou de romance com muita matemática, O Teorema Katherine deve ser sua próxima leitura.

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